A alfarroba pertence à classe das leguminosas, e é frequentemente utilizada como um substituto do cacau, principalmente pela semelhança em termos de sabor e aroma. É cultivada desde a antiguidade nos países do Mediterrâneo e o seu valor nutricional e riqueza em compostos bioativos, a par da versatilidade na culinária, fazem dela um alimento com inúmeros benefícios para a saúde, além de contribuir, ainda, para inovação de tendências alimentares.
Além do seu conteúdo em fibras, vitaminas e minerais, a alfarroba possui uma quantidade significativa de ácidos fenólicos e polifenóis, o que lhe confere um potencial benéfico para o metabolismo do colesterol, na função digestiva, na utilização de gorduras, como antioxidante e na regulação dos níveis séricos de glicose.
Os polifenóis encontrados na alfarroba são sobretudo os flavonóides, que são responsáveis pelo seu sabor ligeiramente amargo. Estes, por sua vez, são associados à neutralização de radicais livres, diminuindo os danos causados pelo stress oxidativo.
Vários estudos têm demonstrado este poder antioxidante da alfarroba, que supera outros alimentos conhecidos igualmente pelo seu potencial antioxidante, como o vinho.
Este poder antioxidante, associado às suas restantes propriedades, nomeadamente o seu teor em fibras e vitaminas do complexo B, que também atuam no metabolismo de gorduras e na promoção da função celular (proteção da oxidação e desenvolvimento das células), faz dela um alimento protetor contra várias doenças, nomeadamente as doenças cardiovasculares, a diabetes tipo 2 e alguns tipos de cancro.
Referências bibliográficas
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