A Alfarroba, fruto da Alfarrobeira, teve origem na antiga Grécia e atualmente é cultivada por todo o mundo, sendo Portugal um dos seus maiores produtores. Graças ao seu sabor adocicado e à sua cor acastanhada, a alfarroba tem vindo a afirmar-se como uma alternativa saudável ao cacau. A farinha de alfarroba é produzida a partir da vagem, sofrendo secagem, trituração e torrefação. Na sua constituição apresenta ácidos fenólicos, flavonoides, alcaloides e taninos que exibem uma alta atividade antioxidante, e os extratos de alfarroba têm propriedades antidiarreicas, antibacterianas, antifúngicas, anti-inflamatórias, antidiabéticas e também efeitos hepatoprotetores e antiproliferativos. (2) (3)
O cacau, obtido a partir da pasta de cacau proveniente do fruto do cacaueiro, apresenta na sua constituição metilxantinas (teobromina e cafeína), polifenóis (flavonoides) e outros compostos como tiramina, triptofano e serotonina. Os polifenóis têm propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e cardioprotetoras. (6)
O cacau e a alfarroba apresentam um sabor, cor e aroma semelhantes, mas uma composição nutricional muito díspar.
Tabela nutricional por 100g
Farinha de alfarroba | Cacau | |
Energia (kcal) | 368 | 358 |
Lípidos (g) | 0,3 | 23,4 |
Dos quais saturados (g) | 0 | 13,8 |
Hidratos de carbono (g) | 85,6 | 11,1 |
Dos quais açúcares (g) | 42 | 0 |
Proteínas (g) | 3,2 | 19,6 |
Fibras (g) | 5 | 12,1 |
A alfarroba trata-se de uma espécie de fácil adaptação a áreas semiáridas, é resistente à seca e requer pouca manutenção, contribuindo para a reflorestação, promoção da reciclagem de nutrientes, bem como para a redução de perdas de nutrientes por lixiviação (água enriquecida em dióxido de carbono que remove ou substitui minerais), atenuação dos fatores climáticos e abrigo dos animais.(4) Pelo contrário, a pressão associada à procura crescente do cacau, está a levar agricultores e produtores a recorrer à desflorestação, de forma a poderem produzir cacau mais intensamente. (1)
Referências bibliográficas
(1) Be the story (2019). A verdade sobre a produção de cacau.
(2) Medeiros, M. L. and Lannes, S. C. da S. (2010) ‘Propriedades físicas de substitutos do cacau’, Ciência e Tecnologia de Alimentos, 30, pp. 243–253.
(3) PortFIR (2019). Tabela de Composição dos Alimentos
(4) Silva, R. P. L. (2018). O aproveitamento sustentável dos recursos agroflorestais de Portugal: estudo de caso da cortiça e alfarroba (Doctoral dissertation).
(6) Tuenter, E., Foubert, K., & Pieters, L. (2018). Mood Components in Cocoa and Chocolate: The Mood Pyramid. Planta medica, 84(12-13), 839–844.